O São Paulo terá eleição à presidência em novembro, para definir o substituto de Leco. Júlio Casares é candidato declarado e tem apresentado seu projeto de gestão em várias conversas. Na área do futebol, Casares sempre lembra de Muricy Ramalho em suas entrevistas.

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Em entrevista exclusiva ao Esporte Interativo, com acompanhamento do blog, Casares revelou o que deseja para Muricy Ramalho, caso seja eleito. Confiram.

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Você conta com Muricy Ramalho num cargo para a gestão?

Muricy é um amigo pessoal e quero estar com Muricy, mas nunca falei com ele sobre isso. Terminando a eleição, vamos conversar e discutir. Claro que eu gostaria de contar com ele como Coordenador Técnico de futebol pelo conhecimento dele do todo. Já foi jogador, técnico e poderá ser coordenador. Ganhando a eleição, a primeira coisa que eu farei será ligar para ele. Com essa visão próxima do campo, Muricy pode nos ajudar muito.

Você se considera favorito para ganhar a eleição?

Não, de forma nenhuma. Respeito cada voto e os adversários. É um processo ainda longo e não temos essa visão. Nosso compromisso é o de buscar o voto em cada metro quadrado do social. Só vou sossegar depois do último voto na urna. Com respeito e muito equilíbrio, estamos num processo inicial muito forte e precisamos nos unir para transformar o São Paulo. É o Juntos pelo SP.

Fernando Diniz é o teu treinador?

É o nosso técnico. Acreditamos na longevidade do técnico e no nosso entender ele será o nosso técnico. É um treinador com convicções, agrega, respeita o seu elenco e sabe trabalhar com novos valores.

É o pior momento da história do SP, com dívidas de R$ 580 milhões?

Os números preocupam, mas não me assustam. O caminho não é simples e está delineado no meu plano de gestão. Vamos ter um comitê financeiro formado por técnicos para definir o perfil dessa dívida. As medidas de austeridade serão colocadas e o futebol representa 85% desta dívida. Vários jogadores foram contratados na atual gestão e temos que discutir o diagnóstico da solução do problema. Serão várias medidas para ter um marketing ousado e uma área de futebol para contratar com mais critério. Ganhar campeonato é muito importante, mas não a qualquer custo. É um momento de reorganizar a casa e ter um time competitivo.

Você pretende negociar o Igor Gomes, caso eleito?

O problema é que o SP vende o almoço para pagar a janta e tem uma espada na cabeça. Como será o mercado após a pandemia? Ninguém sabe. No primeiro momento, quero que o Igor nos dê glórias, continue e se consolide para ganhar o mercado e a Seleção Brasileira. Para ter mentalidade vencedora é importante manter o elenco pelo maior tempo possível, mas tem também a vontade do jogador. Pretendo que o Igor nos dê muita alegria dentro de campo.

SP pode ter jogadores ganhando sete dígitos mensais, como Daniel Alves e Pato?

São grandes jogadores. Jogador bom pode ganhar bem. É normal de mercado. Um time tem que ter garotos da base e jogadores estrelas e o SP sempre foi assim. O importante é não ter um volume que comprometa o orçamento. Futebol tem que ter essa visão. Daniel Alves é fora de série e vai continuar. O descompasso foi terem anunciado um grupo de marketing para compor seus pagamentos e isso não foi feito. O que não pode acontecer é primeiro contratar e assumir um risco e depois buscar no mercado. Queremos que o Daniel Alves participe do processo de reconstrução do SP.

Casares integra o Conselho de Administração da gestão de Leco e foi diretor de marketing no mandato de Juvenal Juvêncio e Marcelo Portugal Gouveia. Seu adversário ainda não foi definido pela oposição. Marco Aurélio Cunha, Sylvio de Barros e Roberto Natel disputam a indicação.

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