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Cruzeiro: Pedrosa garante paz no conselho, fala sobre não reeleição e polêmicas





Fonte da matéria OTEMPO SUPERFC

Presidente do conselho deliberativo do Cruzeiro, Paulo César Pedrosa assegurou que o clima é de paz e busca de consenso no clube, que se prepara para votar no próximo dia 3 de agosto pela alienação da “Campestre 2” para o pagamento de dívidas na Fifa. Algumas declarações nas últimas semanas, dentre elas de José Dalai Rocha, ex-presidente do clube, apontaram para divergências no entendimento da orientação para autorização da alienação, uma vez o regimento do clube estabelece o quórum de 9/10, ou seja, de 90% dos conselheiros para aprovar a venda. No caso, como já havia salientado Pedrosa, dos conselheiros que estarão presentes no encontro. 

“Eu não vejo nenhuma polêmica relacionada à interpretação do estatuto para a votação do dia 3. O nosso trabalho é esse. Hoje (segunda-feira) mesmo eu fiz um vídeo para todos os conselheiros falando do encontro que vai acontecer, algumas informações, e pedindo o apoio, o voto a favor da alienação, dizendo que aprovada a alienação, o Cruzeiro Esporte Clube receberá as propostas, A melhor vai adquirir o imóvel”, aponta Pedrosa, que reforçou a busca pelo consenso e a expectativa de receber todos os conselheiros do clube em sua sala para discutir propostas para o Cruzeiro. 

“O Cruzeiro está em paz, absolutamente em paz, esse tem sido o nosso trabalho. O conselho deliberativo hoje não possui sala de presidente, existe a sala dos conselheiros. Eu já recebi mais de 90 conselheiros lá. Nessas duas últimas, por causa da pandemia, não recebemos quase ninguém, para evitar esse problema e obedecer os protocolos sanitários. Mas, a partir de semana que vem, no mês de agosto, vamos voltar. É meu sonho, meu objetivo, receber na nossa sala dos conselheiros, pelo menos 400 conselheiros. Se Deus quiser, vamos conseguir”, declarou o dirigente, que acredita que as discussões exaltadas das últimas eleições ficaram no passado.

“A eleição já passou, já tem dois meses. O Cruzeiro está em paz. Nós temos é que solucionar os problemas do clube, essa pendência da Fifa, a alienação desse imóvel. Espero que prevaleça o bom senso, o melhor para o Cruzeiro, e que todos, 90% dos conselheiros que lá estarão, aprovem essa venda”, confia Pedrosa. 

SEM REELEIÇÃO 

Em informação divulgada inicialmente pelo portal “Superesportes”, Pedrosa apontou que não seria candidato à reeleição no conselho do clube. Ele explicou ao Super.FC que existem ‘brechas’ no estatuto para que ele possa exercer essa possibilidade de uma nova candidatura, mas que ele mesmo já tomou a decisão de que vai apenas apoiar o amigo, Nagib Simões, e atual vice-presidente do conselho deliberativo, no pleito que será realizado em outubro. 

“Não que eu não queira buscar a reeleição, e se existe algum impedimento, existe sim, o estatuto proíbe. Mas o meu caso não seria reeleição porque eu estou cumprindo um mandato de sete meses, nós chamamos de mandato tampão. Já tem muita decisão a favor que poderia candidatar, mas eu pessoalmente, junto com os nossos pares, nossos amigos conselheiros, eu decidi que não serei candidato à reeleição e apoiarei o Nagib Simões, nosso vice-presidente. Isso para mim é ponto pacífico, não vou mudar, não sou candidato à reeleição. Acho que o nosso trabalho aqui, na mesa diretora, ainda tem muita coisa para ser feita e cumprir as promessas que nossa chapa “Somos todos Cruzeiro” prometeu. Estamos cumprindo, vamos cumprir apesar da pandemia. Das dificuldades que estamos enfrentando”, salientou o dirigente.  

EXPLICAÇÕES

Pedrosa, desde a sua eleição, tem um relacionamento delicado com a torcida. Muito dessa situação se deriva de uma fala de quando ainda fazia parte do conselho fiscal do clube e analisava as contas da gestão do presidente Wagner Pires de Sá. Em uma análise inicial dos demonstrativos de 2018, Pedrosa afirmou que não havia encontrado irregularidades. 

“Quando assumimos em julho do ano passado o conselho fiscal, quando demos aquela declaração, foi em relação ao primeiro mês de balanço que nós analisamos de 2018. Lembro que o balanço de 2018 não foi aprovado ainda, está sob juízo, foi suspensa a aprovação por um pedido de um conselheiro, até que as apurações do Ministério Público e da Polícia Civil sejam divulgadas. Nós fizemos uma dezena de ressalvas. Vocês sabem que todo o balanço de clube tem que ser aprovada e vem com muita ressalva por causa do Profut. Eu não disse que estava tudo bem, mas foi em relação ao primeiro mês de fevereiro de 2018, que nós recebemos a documentação”, explicou. 

Apesar disso, ele teceu críticas ao fato de não ter recebido nenhum apontamento de consultorias que analisaram as contas do Cruzeiro, como a investigativa Kroll. 

“Quanto a Kroll, ela não nos apresentou nada. Então quando eu fiz a crítica e faço ainda porque o conselho fiscal não teve acesso a nada. Só posteriormente, como nós fizemos agora no balanço de 2019. De maneira alguma tapamos o sol com a peneira. Escrevemos tudo, fizemos todas as ressalvas em relação à aprovação de contas também de 2019. Não teve nada de dizer que estava tudo certo, até porque, na história do Cruzeiro, repetindo, nunca teve um conselho fiscal tão atuante, que olhou tudo, isso dito pelos funcionários do Cruzeiro”, encerrou Pedrosa.

EM PAZ COM O TORCEDOR?

Apesar das críticas que sempre recebe de torcedores, principalmente nas redes sociais, Pedrosa vê atualmente um clima bem mais ameno e de aceitação. Ele comentou sobre o seu apoio político no clube.  

“Nós estamos muito bem com os torcedores em geral, as organizadas. Agora eu pergunto por que a torcida não aceitava nome de A ou B? Não entendo o porquê. Conselho fiscal não é remunerado, Não tem nada. Conselho deliberativo também não é remunerado. Não tem nada. Lembrando que nós vencemos quatro chapas no conselho deliberativo, e vencemos também duas chapas do conselho fiscal. Estamos trabalhando. As pessoas para fazer qualquer acusação, principalmente ao meu nome, como estou na presidência, seja torcedor, torcida organizada, eu peço reparação de danos. Por que qual é a acusação contra mim? Não tem nenhuma. Eu era acusado de pertencer à familia União, ser apoiado por A ou B. Mentira. Eu sempre fui da Tríplice Coroa, apoiei o Sérgio Rodrigues, tanto é que vencemos as eleições. Sou amigo do Sérgio há 20 anos, somos advogados. Nunca pertenci a grupo União, desunião, sempre totalmente independente, essa talvez seja minha maior virtude”, contestou Paulo César Pedrosa. 

Negativas em 2019

Em meados do ano passado, ao SuperFC, com quase dois meses na presidência do Conselho Fiscal, Pedrosa chegou a dizer da ausência de irregularidades no mandato de Wagner. Na época, algumas inconsistências tinham sido detectadas pela comissão de sindicância proposta por Zezé Perrella, então presidente do Conselho Deliberativo.

“Até o presente momento [agosto de 2019], nós não vimos essas inconsistências. Por exemplo, cortesia de ingressos, temos patrocinadores, isso é uma bobagem, todo patrocinador tem sua cota”, colocou. “Não encontramos nenhum pagamento por fora. Então não existe isso, está tudo cruzado, contrato, nota fiscal, não tem nada irregular”, completou na época.

A gestão de Wagner Pires está na mira do Ministério Público e da Polícia Civil. Os crimes apurados são de falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O marco da investigação é a gestão iniciada em outubro de 2017”, mês em que Wagner foi eleito, tendo sua posse em janeiro de 2018.

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