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Flamengo conversou com arquiteto da Arena MRV, em 2017. Projeto não avançou





Fonte do post YAHOO ESPORTES

A histórica rivalidade entre Flamengo e Atlético-MG pode ganhar mais um capítulo em 2022/2021. O Rubro-Negro é o atual campeão nacional e chega para o Campeonato Brasileiro como o grande favorito. Entre os possíveis adversários na briga pelo título está o Galo, que reforçou bastante o elenco e confia muito no trabalho do técnico Jorge Sampaoli. Em campo eles já se enfrentam neste domingo, às 16h, no Maracanã, pela 1ª rodada do Brasileirão. A disputa, porém, fica apenas dentro das quatro linhas. Fora dos gramados os clubes trocam figurinhas. É assim na reestruturação que passa o Atlético e foi assim quando o Flamengo pensou em construir seu estádio.

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O elo entre as duas agremiações é a MRV, empresa que patrocina os dois lados. Foi através da construtora que dirigentes alvinegros puderam conversar com os responsáveis por fazer o Flamengo deixar a lista dos maiores devedores do futebol nacional para se tornar o clube campeão da América e com o maior faturamento do futebol brasileiro. Foi também por indicação da MRV que a gestão anterior do Rubro-Negro conversou com Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto responsável pelo projeto da Arena do Atlético, que levará o nome da construtora.

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Eduardo Bandeira de Melo (presidente), Fred Luz (CEO) e Paulo Dutra (diretor financeiro) estiveram em Belo Horizonte e conversaram com pessoas envolvidas na construção do estádio do Atlético. Isso foi em 2017, tanto que os dirigentes citados nem sequer estão mais no Flamengo. A relação com o Maracanã não estava das melhores naquele momento, tanto que o clube reformou a Arena Luso-Brasileira e estava mandando alguns jogos do Brasileirão no estádio da Portuguesa-RJ.

“Existia a possibilidade de pintar um terreno para o Flamengo, na Linha Amarela (via expressa no Rio de Janeiro). Mas não aconteceu”, disse Bernardo Farkasvölgyi, ao Blog. O arquiteto ainda contou qual era o interesse da então diretoria rubro-negra. “A conversa não foi sobre um projeto para o Flamengo especificamente. Eles queriam saber detalhes do projeto do Atlético. Como Galo fez para viabilizar a construção do estádio, queriam detalhes de tudo, saber os conceitos do clube pensando na Arena MRV”.

Se na gestão de Eduardo Bandeira de Melo a construção de um estádio foi algo cogitado, o pensamento agora é totalmente diferente com Rodolfo Landim. O atual presidente do Flamengo descarta essa hipótese e quer prolongar a concessão do Maracanã, que agora é administrado pelo clube. Então, pelo menos até 2022, quando termina o mandato de Landim, o documento que os ex-dirigentes do Flamengo levaram de Belo Horizonte, com todos os detalhes da Arena MRV, seguirá em alguma gaveta na Gávea.

Confira abaixo a entrevista do arquiteto Bernardo Farkasvölgyi.

O Flamengo não seguiu com o projeto de construir o próprio estádio e agora está com o Maracanã. Como você viu essa escolha?
Bernardo Farkasvölgyi: Acredito que no futuro somente as equipes com as próprias arenas vão seguir na frente. Sei que o Flamengo tem uma situação muito diferente em relação aos clubes mineiros e demais times brasileiros (tamanho da torcida e poder de arrecadação), mas vejo a construção de uma arena multiúso como algo fundamental. Além disso, concessões não duram para sempre. Pode ter um governo que é contra o Flamengo e não renovar.

Você aceitaria pegar um possível projeto de construção de uma arena para o Flamengo?
Bernardo Farkasvölgyi: Eu tenho dúvidas para responder. Arquitetura é paixão e sou apaixonado pelo Atlético. Sou conselheiro do Galo e juntei duas paixões no projeto da Arena MRV. Eu vejo o Flamengo como um rival, então, olhando com torcedor, eu recusaria. Mas tem o lado profissional e isso seria muito bom, seria marcante poder fazer o projeto desse tamanho para o Flamengo. Acho que só saberia responder essa pergunta com uma proposta oficial na minha mão. Agora, com certeza eu jamais faria para o Cruzeiro. Por nenhum dinheiro do mundo eu faria o projeto de um estádio para o Cruzeiro.

Como responsável do projeto da Arena MRV, como você tem acompanhado esse início das obras?
Bernardo Farkasvölgyi: Vou lá todas as semanas, vou sempre. É uma emoção diferente a cada vez que vou lá. Digo que as obras estão aceleradas, num ritmo mais rápido do que eu esperava. A terraplanagem já fez o nível que ficará o campo e foi marcante quando vi. Eu visualizei o estádio pronto, como vai ficar, tudo no lugar certo.

Você citou sobre a importância de uma arena multiúso para um clube de futebol. Como será o ganho financeiro do Atlético?
Bernardo Farkasvölgyi: O simples fato de ser uma arena faz o Atlético levantar R$ 260 milhões para completar o valor da construção, já que metade do shopping foi vendido por R$ 250 milhões. Por ser arena o Atlético conseguiu vender o nome, vai vender cadeiras e camarotes. E daqui dez, quinze anos o clube vai poder tudo novamente, é um bom volume de dinheiro que vai entrar. Além disso nós já temos uma consultoria contratada, a mesma que faz para o estádio do Palmeiras. Vamos trabalhar para ter eventos em 200 dias por ano na Arena MRV, isso é dinheiro entrando sempre.

De onde veio a inspiração para o projeto feito para o Atlético?
Bernardo Farkasvölgyi: Fui convidado em novembro de 2013. Desde então eu viajei bastante, fui em estádios do mundo inteiro. Isso foi fundamental para abrir a minha cabeça, ver exatamente como funciona uma arena em dia de jogo, como o tour guiado horas antes de uma partida, e também nos dias que não tem futebol. Foi um pouco de cada, sempre adequando ao nosso orçamento. Nosso estádio não terá luxo, como é o do Corinthians, que é impressionante, mas será confortável para o torcedor. Foi tudo feito pensando em cada detalhe, como o ângulo de instalação de cada cadeira, para que todos os torcedores tenham 100% de visão do gramado.

Você já parou para pensar como será no dia da inauguração?
Bernardo Farkasvölgyi: Lógico que já pensei, vai ser um dia de muita emoção para todo atleticano. Eu já tenho algumas datas marcantes nesse processo, dias em que eu chorei. Como em 17/09/2017, quando o conselho aprovou a venda do shopping (dinheiro usado para construir o estádio) ou 20/12/2019, quando a prefeitura de Belo Horizonte liberou o início das obras. Então, certamente a inauguração da Arena MRV será um dia muito diferente de tudo. E o bacana da história é a visão do Rubens Menin. Ele começou a investir no futebol agora, mas já é pensando em 2022, para ter um time muito forte daqui dois anos. Será um momento muito especial. Uma casa nova e um time forte, brigando por títulos.

Veja mais sobre futebol mineiro no Blog de Victor Martins

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