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Flamengo: os bastidores da saída de Jesus e de busca por novo técnico





Fonte da matéria ESPN BRASIL

O passado e o futuro do Flamengo estão na Europa. É para lá que segue Jorge Jesus rumo ao Benfica. É de lá que o clube espera trazer o novo treinador. Acertados os trâmites da rescisão de contrato do técnico, o vice de futebol Marcos Braz prepara uma nova viagem ao Velho Continente ao lado do diretor da pasta, Bruno Spindel.

Nomes como Marco Silva e Leonardo Jardim estão na pauta. A prioridade é um estrangeiro. Enquanto isso, Jorge Jesus aproveita os últimos dias no Rio, de onde deve partir segunda ou terça-feira em um jato particular a mando do presidente do Benfica, o amigo Luís Filipe Vieira.

Horas após o fim da passagem do Mister ser confirmado, Braz postou em uma rede social uma foto com os seus passaportes brasileiro e português. A ideia do Flamengo é agir rápido e ter um treinador “no tempo certo” para a estreia no Campeonato Brasileiro, no dia 9 de agosto.

Nos bastidores a informação que circula há alguns dias é de que já houve contato com o representante de Marco Silva. O Flamengo nega. O ex-técnico do Everton já era nome comentado no Ninho do Urubu no fim de 2019, quando havia possibilidade de saída de Jesus. A tarefa é considerada difícil não só pelo fator financeiro, mas principalmente porque Marco Silva deixou a Premier League há pouco tempo e tem mercado mais forte na Europa.

Leonardo Jardim, ex-Monaco e também sem clube, é outro nome que está no radar. Ele agrada por ter característica parecida com Jorge Jesus, um jogo mais ofensivo e de pressão ao adversário. O técnico passou a seguir o perfil do Flamengo no Twitter.

Na incursão ao mercado português a diretoria irá consultar outras possibilidades. Miguel Ángel Ramírez, do Independiente del Valle, é bem avaliado por parte da diretoria.

Certo é que, como já disse recentemente o próprio Leonardo Jardim em entrevista à imprensa portuguesa, substituir Jorge Jesus no Flamengo será difícil. A forte personalidade deixou traços no dia a dia do Ninho do Urubu. O convívio não era fácil diante da exigência do técnico com os mínimos detalhes, o que assustou no início.

A maneira do treinador de ter o controle do vestiário com jogadores experientes ou também de forte personalidade, como Diego e Gabigol, por exemplo, foi apontada como um dos pontos do sucesso. A imposição aos jogadores é considerada fundamental.

Muito devido a isso a possibilidade de convidar o auxiliar técnico João de Deus para assumir o cargo não esteve nem perto de ganhar força. Visto como ótimo “adjunto”, o entendimento é que o manejo do vestiário poderia ser consideravelmente mais difícil, sem imposição necessária para controlar um dia a dia de um elenco deste porte.

Enquanto Jorge Jesus fechava os detalhes de sua volta ao Benfica com o presidente Luís Filipe Vieira e informava ao Flamengo a necessidade de uma reunião para comunicar a saída, alguns membros de sua comissão técnica aproveitaram para descansar em um balneário no interior do Rio de Janeiro. Todos os seis portugueses seguem com Jorge Jesus para Lisboa. Coordenador do departamento médico rubro-negro, Márcio Tannure foi convidado, mas preferiu permanecer no Ninho do Urubu.

Jorge Jesus renovou o contrato com o Flamengo no início de junho e dias depois foi sondado pelo Benfica pela primeira vez. Negou. Tinha um pacto com os jogadores rubro-negros de voltar ao Mundial de Clubes.

A pandemia, no entanto, tornou o calendário sul-americano indefinido. Diante da ameaça da COVID-19, o Mister se tornou mais recluso na sua vida no Rio de Janeiro, evitando até mesmo atividades que eram comuns, como jantares fora de casa. A mudança forçada de rotina obrigava o técnico a permanecer mais solitário.

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Comentarista analisou a saída do técnico e as opções para assumir o clube carioca

A saudade da família, impedida de viajar ao Brasil, acabou como um fator de peso. Maravilhado com os jogos em estádios cheios no Brasil, a ausência da atmosfera no Maracanã também teve impacto na decisão. A pessoas próximas, o Mister não cansava de externar a satisfação de se sentir “acarinhado” como nunca em sua carreira pelos “adeptos”.

Incômodo na passagem pelo clube houve recentemente, quando se irritou ao saber das críticas do vice de relações externas, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, sobre a escolha por Lincoln na decisão contra o Liverpool em Doha. A amigos chegou a questionar quem seria o dirigente e qual o motivo da postura. Na conquista do Campeonato Carioca, Bap não foi visto no Maracanã.

Diante do novo assédio do Benfica, porém, o técnico balançou de verdade. Inclinou-se, desde o início, a deixar a aventura brasileira. Sedento por títulos queria ter o Carioca na sua galeria para “conquistar praticamente tudo”, como declarou em entrevista após a vitória sobre o Volta Redonda, na semifinal da Taça Rio.

Mais calado e menos vibrante, Jesus era visto no dia a dia do CT rubro-negro reflexivo, sem indicar até a membros da comissão técnica qual decisão deveria tomar. Externava no comportamento a angústia da indecisão sobre o futuro.

O Flamengo, por sua vez, aguardava um posicionamento sem pressioná-lo. A abordagem de baixo nível sobre sua vida pessoal feita por um conselheiro o deixou magoado. Entendeu que a origem era um fogo amigo dentro do próprio clube.

Na véspera do Fla-Flu, mais uma mudança de comportamento. A mais próximos indicou que deveria permanecer. A quinta-feira e mais um papo com Luís Filipe Vieira tombaram de vez a esperança rubro-negra. No início da próxima semana, o Mister embarca em um jato privado rumo a Portugal após 13 meses e cinco títulos no Brasil.

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