Sem categoria

“Gostaria que reconsiderassem”, diz diretor do Flamengo sobre dupla Botafogo e Fluminense





Fonte da matéria GloboEsporte.com

O Campeonato Carioca volta nesta quinta-feira, apesar da contrariedade da dupla formada por Botafogo e Fluminense. Os dois clubes se opõem ao retorno da competição neste momento e ameaçam apelar à justiça caso não tenham respeitado o desejo de só voltar a campo em julho. Diretor-executivo do Flamengo, que enfrenta o Bangu nesta quinta, Bruno Spindel espera que os rivais “reconsiderem”.

– O Fluminense, através do seu presidente Mário Bittencourt, acompanhado pelo presidente do Botafogo Nelson Mufarrej, sempre colocou que, se não tivesse o prazo que ele entende ser adequado antes da estreia do clube, ele não colocaria o time em campo e buscaria seu direito na Justiça Desportiva para questionar uma decisão que ele não concordava – contou Spindel ao “Seleção SporTV nesta quarta-feira.

“O colegiado do arbitral entende que tanto Fluminense quanto Botafogo, apesar do enorme respeito pelas duas instituições, poderiam ter voltado assim que saíram as autorizações. Como todos os outros fizeram. A gente gostaria que os presidentes reconsiderassem a decisão deles e entrassem em campo no dia 22”, completou.

Bruno Spindel, diretor-executivo do Flamengo — Foto: Alenxadre Vidal

Spindel disse, também, que espera que o retorno do Campeonato Carioca sirva de exemplo até para outros estados.

– O que eu posso dizer é que nossa preocupação sempre foi com a saúde, mas a gente não chega no nosso objetivo sem dar o primeiro passo. É um passo depois do outro. A gente começou a caminhada do retorno em meados de março. Demos vários passos, que foram a construção do protocolo, a discussão com todas as autoridades… E agora estamos voltando com o futebol carioca. Espero que a experiência do futebol carioca possa ser útil para que outras federações compartilhem e façam uso das nossas informações. Esse é um processo contínuo, um passo depois do outro, para que o futebol volte em todos os estados do Brasil. Esse é o nosso desejo, e a gente se solidariza com todas as vítimas e com quem foi afetado de todas as formas pela pandemia – afirmou.

Veja outros pontos da entrevista de Bruno Spindel:

Sobre falta de sensibilidade ao realizar jogos no Maracanã, que possui um hospital de campanha

– O que eu posso falar, do ponto de vista do Flamengo, é que nó somos muito sensíveis à dor das pessoas, à pandemia e tudo o que está acontecendo. O que a gente tem feito dentro do clube é ter todos os cuidados em relação ao desenvolvimento do protocolo, desinfecção do Maracanã e do CT, aprovação do protocolo em todas as instâncias Municipal, Estadual e Federal, todos os órgãos de saúde, pegar as autorizações também pra utilização do Maracanã de acordo com o protocolo que estamos fazendo, as instalações se comunicam se a gente gera qualquer risco à operação do hospital de campanha. Nesse sentido, a gente entende que não vamos colocar nenhum tipo de risco ao hospital e que estamos cuidando da saúde dos atletas, de quem vai trabalhar no evento, de quem trabalha no CT no dia a dia. Essa questão da saúde, desde o início da paralisação do futebol, a gente não discutiu quando o futebol iria voltar, mas sim o como, e estamos muito seguros da forma que estamos fazendo. Inclusive, melhorando a segurança e a saúde de todos que estão envolvidos aqui no nosso dia a dia do centro de treinamento e também aqueles que estão envolvidos na gestão do evento em si. Óbvio, com o menor contingente possível. É um protocolo muito restrito, tanto o Jogo Seguro 1 quanto o Jogo Seguro 2 são protocolos que impõe uma série de restrições. E a gente compartilha da dor de todos, da dificuldade do momento, mas entendemos que, por outro lado, com os protocolos de saúde que desenvolvemos e aprovamos em várias instâncias, nos inspiramos e usamos referências do mundo todo, do futebol alemão, italiano, espanhol, português, de outras ligas, infectologistas, médicos de outras áreas também, entendemos que, nesse momento, melhora muito as condições de segurança do ponto de vista de saúde de quem está envolvido no evento, no dia a dia do futebol. Desde o início da aplicação do protocolo já realizamos mais de mil testes. Nas últimas quatro semanas foram cerca de 500 testes e ninguém testou positivo, uma comprovação de que o protocolo funciona, gera benefício para a segurança e saúde de quem está envolvido aqui no futebol, e para os familiares dos atletas e funcionários também e que acabam beneficiados, do ponto de vista de diminuir o risco de infecção e até, se algo acontecer, de ser diagnosticado precocemente, poder se tratar. Então nós também entendemos que estamos fazendo um serviço para a saúde das pessoas e contribuindo também para a sociedade, nesse aspecto de diminuir o risco de infectar uma parcela da população.

Sobre a falta de consenso entre os clubes

– No início de março, houve um conselho arbitral que decidiu pela paralisação do Carioca. Naquela reunião, o que ficou decidido é que voltariam as atividades, depois treinos e depois jogos quando assim autorizassem os governos municipal, estadual e federal. Naquele momento, a gente começou a debater com todos os clubes e com federação como a gente buscaria uma volta, como essa volta seria. Se chegou na discussão do protocolo de saúde. No Flamengo, a liderança desse processo é do Dr. Marcio Tannure, mas envolvendo todos médicos dos clubes e a federação do rio. Pegamos exemplos de clubes alemães, ingleses, italianos e outras ligas. Desenvolvemos o protocolo, que foi amplamente debatido, dividimos com a CBF e com os outros clubes também. E chegamos nesse modelo de protocolo que foi aprovado em todas as instâncias. Assim que o protocolo foi aprovado, o Flamengo começou a adotá-lo.

Ainda sobre a falta de consenso

– Não foi um processo de uma hora pra outra. Desde o momento em que se decidiu no arbitral em março paralisar o carioca, o que ficou combinado é que retornaria assim tivesse segurança no ponto de vista da saúde, sem causar risco à sociedade e a quem estivesse envolvido no evento e no dia a dia do futebol. E com autorizações dos governos municipal, estadual, federal e das organizações sanitárias. O protocolo foi assinado pelos departamentos médicos dos clubes que participam do campeonato carioca e foi implementado na prática. Desde o início do uso do protocolo, a gente já fez mais de mil testes aqui no clube. O que se identificou é que a aplicação do protocolo traz uma série de benefícios e diminui o risco de quem está utilizando, que são os atletas, a família dos atletas e os funcionários. E traz benefício à sociedade diminuindo o risco de contágio como um todo. Feito isso, e com a segurança do protocolo, estão todos muito confiante na segurança do protocolo. O próprios Mister já foi estado 16 vezes e disse que o porto seguro dele é o CT, que ele se sente muito seguro aqui.

Sobre a possível presença de Bolsonaro em Bangu x Flamengo

– Não tenho a informação se ele estará (contra o Bangu). Acredito que não, mas não posso confirmar se vai estar ou não.

Sobre a pressão política para retomar o campeonato

– Eu vejo que o Flamengo não tem posicionamento político-partidário, mas o clube se relaciona com todas as esferas do poder público para que possa executar suas atividades da melhor forma possível, alinhado com todos os poderes. Para que o futebol retornasse, o Flamengo teve um amplo debate com o poder municipal, estadual e federal. Se reuniu com governador, prefeito, presidente da república, Ministério Público… Faz parte da atividade do Flamengo se reunir com o poder público para que a gente consiga prestar o melhor serviço possível para os torcedores do Flamengo. Sempre alinhado com os governos em todas as esferas. Nada mais natural que uma instituição do tamanho do Flamengo tenha uma relação contínua e saudável com todas as esferas. Mas não temos nenhum viés político ou partidário.

Sobre a situação do Bangu, rival nesta quinta

– O Bangu é um caso bem interessante. Ele hospedou os atletas num hotel para que ficassem isolados para poder treinar. Eles vêm testando os atletas toda semana, estão há não sei quantos dias ou semanas sem caso de infecção. O protocolo tem tido o mesmo resultado no Bangu, com a desinfecção do local de treinamento, do hotel. Eles têm testado os atletas toda semana como manda o protocolo. É um exemplo muito bom de um clube que tem seguido o protocolo à risca. A Portuguesa também teve os melhores resultados possíveis e já voltou aos treinos, por exemplo. A Ferj tem ajudado muito os clubes de menor investimento.

Gosta de dicas de futebol para investimento desportivo? Então visita agora mesmo Palpites Copa do Mundo e prepara-se para viver a emoção do maior campeonato do planeta.