O atleta acredita que o torcedor da Locomotiva verá nesta Série D do Campeonato Brasileiro um jogador diferente do que a torcida carioca pôde acompanhar. Considerado a eterna promessa do Flamengo, Bruno acabou tendo mais sucesso na Turquia e em clubes do Leste Europeu. O atacante estava atuando no Prachuap, da Tailândia. Mas o nome dele ficou conhecido da maior torcida do país há 15 anos.

– Eu acho que eu mudei… Não mudei, mas bastante coisa daquela época mudou pra cá, acho que eu cresci bastante neste tempo que fiquei fora do país. No Flamengo tive pouca sequência, joguei um pouco com o Andrade, muita gente não me viu jogando com sequência. A maior que tive foi fora do país, foi na Turquia, na Polônia, pouca gente viu realmente o que o Bruno Mezenga pode proporcionar – avisou o atleta.

Após conquistar o vice-campeonato mundial sub-17, como reserva da Seleção Brasileira, em 2005, Mezenga era a grande aposta do Flamengo para a temporada. Com 16 anos, foi alçado ao time que sofreu para escapar da zona de rebaixamento no Brasileirão e contava com Léo Mora, Diego Souza, Jônatas, Renato Silve, Obina e Augusto Recife.

Era muito peso para um jovem atleta, e, após seis jogos e nenhum gol na temporada, Mezenga voltou ao Sub-20. Após a Copinha de 2006, o atacante teve mais cinco oportunidades de defender o time principal do atual campeão da Copa Libertadores, novamente passou em branco. Em 2007, marcou seu primeiro gol como profissional com a camisa do Fortaleza, onde jogou por empréstimo. O clube optou pelo negócio para Mezenga “ganhar rodagem”, como reza a cartilha do futebol nacional para talentos precoces.

Passou por Macaé até chegar ao Orduspor, da Turquia, em 2008. Lá foi vice-artilheiro da segunda divisão do Campeonato Turco, com 21 gols, caiu nas graças da torcida. Era a hora de voltar, a camisa do time que o lapidou o esperava junto com uma constelação de estrelas: Adriano Imperador, Maldonado, Ibson, Juan, Max Biancucci, Denis Marques e Gonzalo Fierro.

Foram sete jogos no ano em que o Mengão arrancou para a conquista do Campeonato Brasileiro daquela temporada e nenhum gol marcado. Em 2010, atuou pouco, 12 partidas, e marcou os quatro primeiros gols com a camisa rubro-negra.

Novamente foi emprestado para a Europa e marcou 11 gols de 2010 a 21012, por Estrela Vermelha (Sérvia), Légia Varsóvia (Polônia) e novamente Orduspor. Na Turquia ficou até 2018, onde atuou também pelo Akhisar e Eskisehirspor, marcando um total de 49 gols, na melhor sequência de sua carreira

De volta ao Brasil em 2019, marcou oito gols por São Caetano e Vila Nova-GO, onde teve uma lesão feia em uma queda durante um duelo contra o Sport-PE, pela Série B. Foram 20 jogos ao todo em seu retorno e, neste ano, jogou quatro partidas pelo Campeonato da Tailândia até ter a passagem interrompida por causa da pandemia do novo coronavírus.

Agora, perto da família e motivado a ajudar a conduzir a Ferroviária à Série C do Campeonato Brasileiro, o atleta vislumbra um horizonte promissor dentro das quatro linhas.

– Essa volta é para estar um pouco mais perto da família, sou de Niterói, ficar perto da família e meus amigos ajuda. Claro, meus filhos e esposa estarão em Araraquara, não é tão perto do Rio, mas é dentro do país. Foi bom voltar e ter possibilidade de crescer e mostrar meu futebol – disse Mezenga.

O jogador ainda está retornando ao Brasil e, assim que a Ferroviária retomar as atividades presenciais, deve se apresentar junto ao restante do elenco. Como nunca esteve em Araraquara, usou referências de colegas de profissão para conhecer a estrutura de trabalho da Locomotiva.

– Falam que é uma cidade boa, povo muito legal. Na Fonte atuei no ano passado, pelo São Caetano, e é realmente um estádio incrível. O gramado é muito bom, li que agora foi até trocado, parece que está melhor do que antes, é um estádio estruturado, muito bom – finalizou o atacante.